sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Vendedor de Sonhos

Peço desculpa por não ter acabado o Requiem. Quer dizer, acabar acabei, mas não postei aqui. Tudo isto porque me tenho concentrado num projecto mais a sério que mais tarde vos darei mais informações sobre ele.
Por agora, deixo-vos com um poema já algo antigo. Pessoalmente não gosto muito dele, gosto mais da mensagem que transmite.

Há um velho na esquina
Chamam-lhe o vendedor de sonhos
Veste-se de trapos
Dizem as más línguas que até já comeu ratos
Mas no entanto,
Sorri com alegria e encanto
A cada um que passa.
Quando lhe respondem, pergunta se querem comprar um sonho
Conta que outrora foi uma professor universitário
Mas abandonou esse destino
Para seguir outro itinerário
O dos sonhos
Carrega em si todos os sonhos do mundo
E está disposto a vende-los.
Um dia, um pequeno rapaz chegou-se perto dele
E questionou:
- Se você vende os sonhos do mundo, como é tão pobre?
Ele soltou uma gargalhada.
O rapaz ficou confuso.
Para ele aquilo não fazia sentido,
Sempre lhe disseram que sem sonhos
Estaria perdido
Se o homem carrega todos os sonhos do mundo,
Não tem lógica ser um pobre vagabundo!
As pessoas hoje em dia já não sonham meu rapaz
Hoje, não interessa o que cada um é capaz
Interessa sim o que é que o outro faz
É isso que alimenta as pessoas
São parasitas que se alimentam dos outros
São necrófagos que se saciam dos cadáveres de gente abatida
De gente que perdeu os seus sonhos e hoje vive deprimida
Em tempos fui um homem rico, sim.
Feliz não.
Mas isso chegou ao fim.
Hoje sou pobre e miserável
Mas sou um vendedor de sonhos
E os sonhos, nunca morrem.

- Crow.